Lendo, escrevendo e dando sentido ao movimento na dança cênica
Modelo de significação coreografia da professora
Cristina Rosa, baseado nas categorias de convenção coreográfica de Susan Foster
(Reading Dancing: Bodies and Subjects in
Contemporary American Dance, 1988) e da metodologia de analise de movimento
de Cynthia Novack (Sharing the Dance:
Contact Improvisation and American Culture, 1990). Essas categorias
oferecem linhas estruturais para analisar o significado de discursos
coreográficos, unindo forma, conteúdo, e contexto.
1 – Moldura (frame): esta categoria se
preocupa com a maneira pela qual uma dança/coreografia se propõe como um evento
único.
Como a dança é apresentada para sua audiência?
Onde (e.g. teatro, arena, rua, etc) a dança é
apresentada/atuada?
Qual a relação entre platéia e dançarinos?
Qual é o gênero desta performance/evento?
Como ela se relaciona com outras danças do mesmo
gênero?
Quais são as características marcantes do coreografo
ou do grupo/companhia de dança?
Como e quando a dança começa e termina?
Qual o papel do olhar (gaze) dos bailarinos?
Semelhança: “Eu sou o rio”Imitação: “Eu sou como o rio”Repercussão (eco): “Eu sou a essência do rio”Reflexão: “Eu sou o movimento do rio ou de associações (abstratas) a partir dele.”
3 - Estilo: maneira pela qual a dança alcança uma identidade individual no mundo e
dentro do seu próprio gênero. Essa categoria leva em consideração:
Estilos individuais dos bailarinos/interpretes e/ou da
compania/coreógrafo.
Linhagem dos dançarinos, coreógrafos, e diretores,
assim como suas preocupações latentes. Será que existe uma ênfase em qualidades
ou valores como precisão, virtuosidade, lirismo, diferenciação (no sentido de
ser único), ou abstração?
Referencias à identidades culturais: como categorias como gênero raça/ethnia,
sexualidade, classe, habilidade, etc. são identificadas ou questionadas na
dança?
Referencias à princípios estéticos e filosóficos e uso
de metáforas
Segundo a metodologia de Laban, dentro do estilo,
podemos ainda avaliar os esforços ou dinâmicas corporais.
a) Peso: qual é a relação (do movimento) do dançarino com a gravidade? Como
o peso é transferido, articulado, ou manejado?
b) Espaço: Como o dançarino se move no espaço? Como esse espaço é construído?
c) Tempo: Como o ritmo é incorporado, articulado e/ou expresso através do
movimento? Como são as sequencias de movimento organizadas temporalmente?
d) Fluidez: Como os dançarinos deslocam o peso no tempo-espaço? Que
qualidades de movimento eles evocam?
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