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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Plano de Análise Coreográfica

Lendo, escrevendo e dando sentido ao movimento na dança cênica

Modelo de significação coreografia da professora Cristina Rosa, baseado nas categorias de convenção coreográfica de Susan Foster (Reading Dancing: Bodies and Subjects in Contemporary American Dance, 1988) e da metodologia de analise de movimento de Cynthia Novack (Sharing the Dance: Contact Improvisation and American Culture, 1990). Essas categorias oferecem linhas estruturais para analisar o significado de discursos coreográficos, unindo forma, conteúdo, e contexto.

1 – Moldura (frame): esta categoria se preocupa com a maneira pela qual uma dança/coreografia se propõe como um evento único.
Como a dança é apresentada para sua audiência?
Onde (e.g. teatro, arena, rua, etc) a dança é apresentada/atuada?
Qual a relação entre platéia e dançarinos?
Qual é o gênero desta performance/evento?
Como ela se relaciona com outras danças do mesmo gênero?
Quais são as características marcantes do coreografo ou do grupo/companhia de dança?
Como e quando a dança começa e termina?
Qual o papel do olhar (gaze) dos bailarinos?

2 – Modos de representação: maneira pela qual a dança faz referência ao mundo. Uma única dança pode se utilizar de mais de um modo de representação. Exemplos incluem semelhança; imitação; repercussão; e reflexão.
Por exemplo, caso “rio” seja o tema, a dança expressa ou evoca o rio como se dissesse:
  1. Semelhança: “Eu sou o rio”
  2. Imitação: “Eu sou como o rio”
  3. Repercussão (eco): “Eu sou a essência do rio”
  4. Reflexão: “Eu sou o movimento do rio ou de associações (abstratas) a partir dele.”

3 -  Estilo: maneira pela qual a dança alcança uma identidade individual no mundo e dentro do seu próprio gênero. Essa categoria leva em consideração:
Estilos individuais dos bailarinos/interpretes e/ou da compania/coreógrafo.
Linhagem dos dançarinos, coreógrafos, e diretores, assim como suas preocupações latentes. Será que existe uma ênfase em qualidades ou valores como precisão, virtuosidade, lirismo, diferenciação (no sentido de ser único), ou abstração?
Referencias à identidades culturais:  como categorias como gênero raça/ethnia, sexualidade, classe, habilidade, etc. são identificadas ou questionadas na dança?
Referencias à princípios estéticos e filosóficos e uso de metáforas

Segundo a metodologia de Laban, dentro do estilo, podemos ainda avaliar os esforços ou dinâmicas corporais.
a)    Peso: qual é a relação (do movimento) do dançarino com a gravidade? Como o peso é transferido, articulado, ou manejado?
b)    Espaço: Como o dançarino se move no espaço? Como esse espaço é construído?
c)    Tempo: Como o ritmo é incorporado, articulado e/ou expresso através do movimento? Como são as sequencias de movimento organizadas temporalmente?
d)    Fluidez: Como os dançarinos deslocam o peso no tempo-espaço? Que qualidades de movimento eles evocam?

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